Conheça os solteiros que são sócios na tarefa de ter de um filho
Fonte: Revista Super Interessante
Milhares de solteiros interessados em ter filhos, mas não num relacionamento amoroso, estão formando comunidades na internet para procriar entre si
“Este sou eu e a futura vovó do bebê mais amado do mundo! Sou gay, tenho 30 anos, designer gráfico. Sempre quis ser pai, mas a homossexualidade dificulta isso. Minha vontade aumentou após perder minha irmã, que se foi com apenas 25 anos. Isso significa que a linhagem dos meus pais pode acabar em mim. Já pensei em ter filho com alguma amiga, mas, convenhamos: não é nada simples. Por isso achei genial a ideia deste grupo: estão todos dispostos.” Com essa mensagem e uma imagem ao lado da mãe, um jovem carioca se apresentou em um grupo fechado do Facebook, o Coparentalidade Responsável, com um objetivo claro: encontrar uma mãe para seu filho.
Como em outras comunidades virtuais, os usuários interagem entre desconhecidos em busca de pontos em comum que os façam concretizar o encontro. Só que no Coparentalidade a caça não é por satisfação sexual ou afetiva. A ideia é achar um parceiro para fins reprodutivos e parentais. Resumindo, um acordo entre pessoas interessadas em conceber e criar um filho juntas sem formar um casal nem ter envolvimento amoroso.
Ambientes como esse, que não são exclusivos de redes sociais, já estão espalhados pelo mundo. E agora têm criado um modelo de família tão novo quanto envolto em incertezas.
Novo modelo de família?
“Não tenho a pretensão de acabar com o modelo tradicional de organização familiar. O que quero com o grupo é propiciar uma alternativa para as pessoas terem suas famílias, dando a possibilidade a quem não tem um relacionamento afetivo ou não pode gerar um filho com seu parceiro por questões biológicas”, diz Taline Schneider.
Ao discorrer sobre as transformações sofridas pelo Direito para atender às demandas geradas por essas relações, o advogado Rodrigo da Cunha Pereira concorda com Taline. “A família não está em crise nem em desordem. Ao contrário, está mais livre, mais verdadeira, mais autêntica e menos hipócrita. Ela foi, é, e continuará sendo o núcleo formador e estruturador do sujeito e tem sido guiada por um novo valor e princípio jurídico: o afeto. É com base no afeto que o Direito de Família, mais contemporâneo, deverá se basear”, defende.
Leia a matéria na íntegra.
Rodrigo da Cunha Pereira fala sobre Coparentalidade. Acesse a entrevista aqui.